terça-feira, 7 de agosto de 2012

Funcionários problema prejudicam equipe

Funcionários-problema prejudicam toda a equipe; conheça os cinco piores perfis e saiba como agir

     
Funcionários-problema podem reduzir a produtividade e a motivação de todos -e enlouquecer toda a equipe
Andrezza Czech
Do UOL, em São Paulo
Você pode até acordar bem-humorado e chegar disposto ao trabalho, mas só de se lembrar que terá que passar no mínimo oito horas do seu dia ao lado daquele colega insuportável, perde a disposição. Essa é a ideia defendida pelos especialistas no mundo corporativo: quando há um funcionário-problema no grupo, todos são prejudicados –ou pior: contagiados. "Há uma tendência de contratação pela capacidade técnica, mas o comportamento dos funcionários gera reflexos positivos e negativos na equipe e na corporação”, diz Carlos Ferreira, diretor executivo da 4hunter, empresa especializada em recrutamento e gestão de carreira.
Segundo o diretor da consultoria JCI Acquisition, José Carlos Ignácio, os funcionários-problema podem reduzir a produtividade e a motivação de todos, e a equipe pode julgar mal o trabalho do chefe que não faz nada a respeito. "Cada funcionário espera que o gestor seja capaz de planejar, dividir e cobrar as tarefas", diz ele. "Não há funcionário ruim, há má gestão".
Para Ignácio, a existência desse tipo de profissional parte de um recrutamento malfeito, sem dinâmicas de grupo e entrevistas adequadas. Há algumas explicações para que ele aja dessa maneira. Entre elas o consultor cita divisão desproporcional do serviço, despreparo do indivíduo e da equipe para executá-lo, falta de orientação (o que deixa o funcionário sem saber o que é esperado dele), ou ainda falta de supervisão. Conheça cinco perfis de funcionário que prejudicam a equipe:
O reclamão injustiçado
Como age: é aquele que passa o dia se queixando de algo que está fazendo ou lamentando da vida difícil que leva no trabalho. Para ele, nada está bom. Ele sente que não é valorizado o bastante, não tem oportunidade para crescer, só tem tarefas burocráticas a realizar. Durante uma reunião, começa a se queixar –podendo por à prova a autoridade do chefe e desestabilizar a equipe. Depois, no café, ele reclama aos colegas que há algo errado, que a equipe não está crescendo...
Como prejudica a equipe: convivência gera influência, segundo o diretor da consultoria JCI Acquisition, José Carlos Ignácio. O reclamão mina aos poucos o rendimento da equipe, que começa a questionar a falta de atitude do chefe. “Ele reclama tanto com todos que as pessoas não conseguem mais se concentrar e produzir", diz Carlos Ferreira, diretor-executivo da 4hunter, empresa especializada em recrutamento e gestão de carreira. Para Fábio Cunha, gerente da Michael Page, o funcionário-problema que se faz de vítima cria a imagem de que a empresa não valoriza os profissionais e, de tanto que repete o tema, isso pode acabar sendo considerado verdade pelos colegas.
O que fazer: para José Carlos Ignácio, esse tipo de funcionário deve ser chamado imediatamente pelo chefe para uma conversa exigindo uma mudança de postura. Se essa transformação não acontecer, é hora de ter uma atitude mais radical. “Uma pessoa de gênio muito difícil tem que entender que aquele lugar não é a casa dela. Quem vive reclamando pode não estar com um problema na empresa, mas na vida", diz.
Faça os testes para saber se você também reclama demais ou tem tendência a se vitimizar.
O preguiçoso
Como age: é aquele funcionário que enrola para entregar as tarefas e que sempre inventa uma desculpa para não cumprir os prazos. Ele promete muito, mas entrega pouco.
Como prejudica a equipe: o acomodado reduz a média de desempenho da equipe e gera ansiedade em todos. "Os colegas não vão dizer que ele não está entregando, mas comentam entre si que todos terão que fazer hora extra por causa dele, e isso gera uma tensão”, diz Carlos Ferreira, diretor executivo da 4hunter. Se esse funcionário não é repreendido pelo chefe por ter um resultado abaixo dos outros profissionais, a equipe deixa de ver a necessidade de produzir com empenho e motivação.
O que fazer: esse é o funcionário-problema de resolução mais fácil para o chefe, segundo Fábio Cunha, diretor de Recursos Humanos da Michael Page. Como ele não tem o mesmo desempenho que os demais, sua demissão é a mais simples de justificar. “É preciso expor os motivos do desligamento aos funcionários, dizendo que ele não entregava o resultado esperado”, diz Cunha.
O rebelde
Como age: ele não aceita "feedback" ou não respeita as ordens e recomendações do chefe. Costuma agir assim ou porque colocaram outro em um cargo de chefia que ele esperava ocupar, ou por ter trabalhado em outro lugar e estar acostumado a ter maior independência.
Como prejudica a equipe: além de colocar todos em uma posição desconfortável ao desobedecer às ordens do chefe, ele tira a credibilidade do gestor. Além de deixar um clima péssimo no ambiente de trabalho.
O que fazer: esse é o funcionário-problema mais difícil de lidar, segundo Fábio Cunha, diretor de Recursos Humanos da Michael Page. “Se o chefe for demiti-lo, precisa mostrar para a equipe quais foram os motivos que o levaram a fazer isso, ou vai parecer algo pessoal. É bom contar com a ajuda do RH", diz. Antes disso, é preciso ter sucessivas conversas para tentar eliminar o problema. Se a rebeldia desse funcionário começou quando você foi promovido no lugar dele e você não agir, vai passar a imagem de que não está preparado para o cargo.
Insatisfeito com o salário
Como age: de comportamento parecido com o do reclamão, mas com uma queixa mais específica: a de que ele não ganha bem. Tende a falar para os colegas que o salário não é suficiente para o tanto de atividades que ele executa e que em outros lugares há funcionários recebendo melhor.
Como prejudica a equipe: o insatisfeito com a remuneração pode influenciar os outros colegas, que até então estavam felizes na empresa. “O colega até podia achar que recebia um bom salário, mas de tanto ouvir as queixas do outro, começa a questionar se ele também não ganha mal. É um passo para que ele comece a procurar outros empregos”, diz Fábio Cunha, diretor de Recursos Humanos da Michael Page.
O que fazer: o problema é difícil de ser detectado. Afinal, dificilmente a reclamação será feita diretamente para o chefe. Se descobrir um insatisfeito com o salário na equipe, é preciso conversar e avaliar se ele realmente merece um aumento. Se além de ter um salário justo, ele ainda não tiver o desempenho esperado, é interessante contar com a ajuda do departamento de recursos humanos.

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O psicopata corporativo
Como age: ele mente, toma crédito pelo trabalho alheio, espalha mentiras, faz fofocas frequentemente e até humilha os colegas sem sentir a menor culpa.
Como prejudica a equipe: mais do que sofrer com as mentiras e humilhações, os membros da equipe não se conformam com o fato de os psicopatas corporativos não serem desmascarados. Como costumam ser simpáticos e carismáticos com os chefes, a tarefa é difícil. E o superior deve ser muito atento para perceber quando um funcionário toma o crédito pelo trabalho alheio. "O gestor precisa ter proximidade com o trabalho de todos para perceber isso. Se só observar o resultado final, o mentiroso receberá a recompensa de um trabalho que não fez, o que vai desmotivar toda a equipe", diz Fábio Cunha, da Michael Page.
O que fazer: esse funcionário exige uma atitude mais drástica: uma transferência ou demissão. "Tudo depende do trabalho de gestão. Um bom chefe não pode deixar que impere a falta de respeito", diz o diretor da consultoria JCI Acquisition, José Carlos Ignácio.
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Uma última chance
A demissão deve ser encarada como a última alternativa. O ideal é chamar o funcionário para uma conversa, assim o chefe pode dizer o que espera dele e ouvir as justificativas do subordinado. “Pode ser uma pessoa que sempre deu bons resultados e apenas está num mau momento. O que é melhor para a empresa? Contratar e treinar outro funcionário ou passar por esse momento com ele?", pergunta Carlos Ferreira.
A conversa deve propor um acordo de expectativas, negociando prazos, postura e volume de trabalho. "É uma última chance", diz José Carlos Ignácio. Se ele não melhorar ou se esforçar, é hora de pensar em uma transferência de departamento ou demissão.

Se o chefe não conseguir avaliar a razão para o funcionário ter esse comportamento, é importante pedir intervenção da área de recursos humanos da empresa. "Se assumir toda a responsabilidade sozinho, o gestor pode ser leviano ou tomar uma atitude drástica, quando o problema pode ser apenas uma falta de alinhamento de ideias”, diz Fábio Cunha, diretor de recursos humanos da Michael Page, empresa de consultoria especializada em recrutamento.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Após 80 dias internado, Pedro Leonardo tem alta e deixa hospital em São Paulo

09/07/2012 - 14h28

Leonardo, Pedro e o primo Thiago, felizes com a alta do cantor (9/7/12)
Amanda Serra
Do UOL, em São Paulo
Atualizado em: 09/07/2012 - 17h52
Depois de passar 80 dias internado, o cantor Pedro Leonardo Dantas Costa, 25, teve alta nesta segunda-feira (9) e às 14h28 deixou o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, de carro. "Obrigado, gente. Obrigado a todos do fundo do coração. 'Tamos junto e misturado. Vou comer galinhada agora, certeza", disse Pedro, sorridente, fazendo sinal de positivo e ganhando beijos do pai, o cantor Leonardo, e do primo Thiago.
Pedro saiu em uma cadeira de rodas e vestia uma camiseta personalizada com os dizeres "Nunca, nunca desista" em inglês, produzida pela mulher dele, Thais Gebelein. Mais de 30 fãs e curiosos aguardavam a saída de Pedro em frente ao hospital, segurando bexigas brancas. Ainda não se sabe para onde Pedro será levado.

Em conversa com jornalistas, o médico do músico, Roberto Kalil Filho, disse que a recuperação de Pedro foi surpreendente. "Pedro vai fazer fisioterapia e fonoaudiologia diariamente, tanto no hospital quanto no apartamento dele. Nos próximos seis meses, ele deve retomar uma vida normal", falou. Questionado sobre quando Pedro poderia voltar a cantar, Kalil brincou: "A gente cantava direto no hospital. Agora a fazer shows, talvez nos próximos meses, mas tudo depende do corpo dele", disse. O médico contou que Pedro saiu na cadeira de rodas por segurança, mas que ele já dá alguns passos "voluntariamente". A assessora revelou que Pedro estava ciente da alta desde a manhã desta segunda-feira, mas que não tinha ideia da comoção que o caso gerou em todo o país. A assessora da família, Ede Cury, afirmou que os parentes irão decidir nos próximos dias se Pedro permanece em São Paulo ou volta para Goiânia. "Eles terão cinco dias de tranquilidade e depois a família irá decidir junto com os médicos o que vai fazer."

Veja fotos da saída do cantor Pedro Leonardo no Sírio-Libanês em SP

Foto 14 de 26 - Aliviado, Leonardo abraça o filho Pedro, que emagreceu 30 quilos durante recuperação do acidente (9/7/12) Mais Manuela Scarpa / Foto Rio News
Agradecimentos de Leonardo "Hoje o coração não está nem batendo, está apanhando", disse Leonardo ao chegar no Sírio Libanês, por volta das 13h53. "Foi um milagre o que aconteceu, e eu queria ter uma lista com todos os nomes das pessoas que contribuíram para que o Pedro pudesse sair dessa praticamente sem sequelas (o cantor continuará com o tratamento de fonoaudiologia e fisioterapia). Pra mim, só sobrou essa alegria. Já estou fazendo uma festa dentro de mim. Estou preparado para buscar meu filho lá dentro agora", disse Leonardo em meio a agradecimentos. Ede Cury, contou que Pedro perdeu 32 kg --ele está atualmente com aproximadamente 60 kg-- e que ele não vê a hora de comer uma galinhada. Segundo ela, a tia Mariana, irmã de Leonardo, trouxe cinco galinhas caipiras de Goiânia. O primo Thiago chegou por volta das 12h40 no hospital Sírio Libanês. "Estou feliz demais! Hoje é o dia que a gente tanto esperou. Vamos comemorar! Só tenho a agradecer. Vamos agredecer a Deus, e quem não acredita em milagre, está aí a prova. É muita emoção. Em breve estaremos juntos no palco", garantiu. Pouco antes, por volta das 12h20, o padre Antônio Maria foi um dos primeiros a chegar ao hospital. "Vim para abençoar o Pedro nesta nova etapa. Trouxe águas do Rio Jordão, porque é um renascimento, é como se Pedro fosse batizado outra vez. Vamos rezar neste momento de vitória. É preciso ter fé. Pedro significa pedra, força, e todos devem ser um 'Pedro'", disse ele. O acidente Pedro sofreu um acidente de carro no município de Tupaciguara (MG), próximo à divisa de Minas Gerais com Goiás. O jovem estava sozinho no carro e havia saído de um show com o primo, Thiago, na cidade de Uberlândia. Pedro dormiu ao volante, foi para o acostamento, capotou e foi jogado para fora do carro. O cantor permaneceu em coma até o dia 20 de maio. Em entrevista ao "Fantástico" no dia 1º de julho, o médico Roberto Kalil Filho afirmou que Pedro não ficará com nenhuma sequela. Contou ainda que ele se comunica normalmente, brinca e até canta no quarto de hospital. O dominical também divulgou a primeira foto de Pedro desde o acidente. Pedro completou 25 anos no último dia 29 de junho e sua família fez uma comemoração no hospital. Na ocasião, Maria Sophia, filha do cantor com a arquiteta Thais Gebelein, visitou o pai pela primeira vez desde o acidente.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Ex-servidor não concursado tem direito ao FGTS

Ex-servidor não concursado tem direito a FGTS




O Supremo Tribunal Federal reconheceu o direito aos depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço aos trabalhadores que tiveram o contrato de trabalho com a administração pública declarado nulo por não terem sido aprovados em concurso público, como manda a Constituição.
A decisão foi tomada na continuação do julgamento do Recurso Extraordinário 596.478, apresentado pelo Estado de Rondônia, com a participação de vários outros estados como amici curiae, contra uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho que reconheceu o direito dos trabalhadores ao FGTS. Por maioria, o Plenário do Supremo negou provimento ao recurso, ficando vencidos as ministras Ellen Gracie, relatora do caso, e Cármen Lúcia, e os ministros Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Marco Aurélio.
A ação questionava a constitucionalidade do artigo 19-A da Lei 8.036/1990, segundo o qual é devido o FGTS ao trabalhador cujo contrato seja declarado nulo em razão do artigo 37, parágrafo 2º, da Constituição Federal, que estipula a necessidade de concurso público para ingressar no servio público.
O RE 596.478, começou a ser julgado no plenário em novembro de 2010, quando votaram as ministras Ellen Gracie e Cármen Lúcia pelo provimento parcial do recurso, e os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ayres Britto, desprovendo o RE. Na ocasião, o julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Joaquim Barbosa.
Contratação inconstitucionalEm seu voto-vista, o ministro Joaquim Barbosa ressaltou que no caso em questão a contratação foi manifestamente contrária à regra constitucional da prévia aprovação em concurso público, e era dever do estado, nesse caso, corrigir o desvio. Ao mesmo tempo, é impossível entrever a priori a boa fé ou má fé do trabalhador ao assumir um cargo público sem concurso público. O ministro Joaquim Barbosa sustentou ainda que a permissão para que os pagamentos sejam feitos indistintamente abriria caminho para a satisfação dos interesses “inconfessáveis” que muitas vezes motivariam a contratação irregular de servidores.
Após o voto de Joaquim Barbosa, que se manifestou contra o direito dos trabalhadores não concursados ao FGTS, o ministro Luiz Fux pronunciou-se também nesse sentido. O ministro Marco Aurélio adotou a mesma posição, sustentando que o ato da contratação do servidor sem concurso é uma relação jurídica nula, que não pode gerar efeitos além do pagamento dos dias efetivamente trabalhados. 
DivergênciaO ministro Ricardo Lewandowski seguiu a divergência aberta pelo ministro Dias Toffoli no início do julgamento, favorável ao direito dos funcionários ao FGTS. Segundo o ministro, o artigo questionado é uma norma de transição, e caso alguém tenha agido com dolo ou culpa na contratação do servidor, ele responderá regressivamente nos próprios termos do artigo 37 da Constituição Federal. A posição pelo desprovimento do recurso também foi a adotada no voto proferido pelo ministro Cezar Peluso.
O ministro Celso de Mello, ao adotar a posição pelo desprovimento do RE, destacou que o STF não transige na exigência do concurso público para o preenchimento de cargos públicos, chamou a atenção para a natureza transitória da norma, e para a impossibilidade de haver efeitos retroativos na decretação de nulidade do contrato de trabalho. O contrato nulo, diz, produz efeitos até a data em que é declarada a nulidade. “Daí a sensibilidade do legislador ao formular a regra de direito transitório, para precisamente reger essas situações ocorrentes em ordem a não prejudicar os hipossuficientes”, concluiu Celso de Mello. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.